As principais cidades do mundo já começaram a traçar estratégias para transformar suas frotas de transporte coletivo em 100% elétricas – um movimento que surge diante das necessidades de frear os impactos causados pelas emissões dos gases de efeito estufa provenientes dos veículos que usam combustíveis fósseis. Salvador, por exemplo, é a terceira cidade brasileira com o maior número de veículos elétricos em circulação.
Na capital baiana, são oito ônibus que utilizam baterias recarregáveis, mas, nos próximos meses, 100 novos veículos serão integrados à frota que faz parte do sistema BRT. A expectativa é de que, até 2049, quando completa 500 anos de fundação, a cidade não conte mais com veículos poluentes atendendo o transporte público.
De acordo com Diogo Piffer, diretor de Planejamento de Transportes da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), a maior parte dos gases emitidos na cidade vem da frota de ônibus. “São 58,3%, as outras fatias são de resíduos (21,3%) e da matriz energética (20,4%). Estamos enfrentando situações de eventos climáticos extremos e chegamos a uma zona que não é mais de conforto. Precisamos começar a mitigar esses efeitos”, diz.
Ainda conforme Piffer, o processo de eletrificação de frota não só ajuda a minimizar os impactos ambientais, mas também traz uma maior economia, já que os custos operacionais dos ônibus elétricos são menores que aqueles movidos a combustíveis fósseis.
Baixo custo de manutenção – Além de serem considerados silenciosos, os ônibus elétricos têm baixo custo de manutenção e são capazes de rodar até 250 km com uma carga total de quatro horas. Inclusive, Salvador conta com um eletroterminal — o maior do Brasil em área pública, construído ao lado da Estação Rodoviária do BRT. O segundo está em fase final de elaboração do projeto.
“O eletroterminal tem a capacidade de carregar até 20 ônibus simultaneamente, além de ter a capacidade para operar pelo menos 40 veículos elétricos ao longo do dia”, completa o diretor de planejamento de transportes da Semob.
Rapidez – A recepcionista Cássia Moreira mora no bairro do Tororó. Todos os dias, ela vai da Estação da Lapa até a região do Itaigara utilizando o sistema BRT. Além de afirmar que suas idas ao trabalho ficaram mais rápidas, a profissional diz que suas viagens estão mais tranquilas, já que, avalia, os ônibus elétricos são mais “frescos” que os demais. De fato, além de serem menos ruidosos, os veículos elétricos geram menos calor que os movidos a diesel.
“Traz um conforto a mais, sobretudo em horário de pico, quando os ônibus costumam estar mais cheios, momento em que o calor é inevitável. Sem contar que, agora, ganho minutos a mais no meu dia por não precisar fazer tanta integração para chegar no trabalho”, comenta Cássia.
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