O perito criminal da Polícia Federal, Carlos Palhares, forneceu detalhes sobre o processo de identificação dos corpos das vítimas do acidente aéreo ocorrido em Vinhedo, no interior de São Paulo, envolvendo um avião da Voepass. Durante uma entrevista coletiva realizada neste sábado (10), Palhares destacou os principais métodos utilizados nesse procedimento.
De acordo com o especialista, a atividade pericial é dividida em duas vertentes principais: um grupo dedicado à identificação dos corpos e outro focado na investigação do sinistro aeronáutico para fins criminais. Palhares enfatizou que o foco principal no primeiro momento é a identificação das vítimas, um trabalho realizado em cooperação com as agências estaduais.
O perito explicou que existem três metodologias principais que permitem a devolução dos corpos às famílias: a impressão digital, a parte odontológica (análise da arcada dentária) e exames genéticos.
Palhares ressaltou que, em casos excepcionais, também pode ser realizado um exame antropológico, caso o passageiro tenha placas ortopédicas ou alguma característica médica.
O trabalho de remoção dos corpos é minucioso e requer cuidados especiais. Os peritos utilizam vestes de proteção biológica devido às condições específicas do local do acidente, que foi afetado por um incêndio.
Palhares destacou que, apesar da complexidade do caso, a condição dos corpos não deve ser um elemento complicador para a identificação, pelo menos para aqueles já removidos. No entanto, ele alertou que os corpos próximos à área do incêndio podem apresentar maior complexidade no processo de exame.
Palhares também mencionou o trabalho realizado com os familiares das vítimas. Um local adequado foi montado próximo ao Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo com apoio psicológico para receber as famílias. Nessa etapa, são coletadas informações que auxiliarão no processo de identificação, seguindo protocolos internacionais.
O perito concluiu afirmando que não é possível estabelecer um prazo para a conclusão do processo de identificação, mas garantiu que os melhores profissionais da Polícia Federal (PF) e da Superintendência de Polícia Técnica de São Paulo estão empenhados para que a identificação seja feita o mais rápido possível, permitindo a devolução dos corpos às famílias.
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