Acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro afirmou que foi delatado por Ronnie Lessa, porque o ex-policial militar precisava ‘encontrar uma saída’
Durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (22), Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, declarou que Ronnie Lessa o delatou porque o ex-policial militar precisava “encontrar uma saída” para sua situação, já que estava preso por outros crimes quando foi identificado como o responsável pelos assassinatos da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Brazão é acusado de ser o mandante do crime. Ele foi ouvido pelo juiz Airton Vieira, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes. Domingos Brazão, irmão do deputado federal Francisco Brazão, também mencionado como implicado.
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Domingos e Francisco negaram qualquer envolvimento nos homicídios e afirmou que viu Lessa pela primeira vez após o crime, através da televisão. Ao ser questionado sobre por que alguém que não o conhecia tentaria incriminá-lo, o conselheiro respondeu que isso ocorreu porque ele era “o lado mais vulnerável”. Emocionado durante a audiência, Brazão mencionou seus filhos e disse que nunca havia ouvido falar do ex-PM. “Nunca vi esse homem. A primeira vez que vi a imagem de Ronnie Lessa foi no IML, parecia que ele estava saindo do exame de corpo de delito. Eu o vi na televisão”, contou. “Eu preferia ter morrido no lugar da Marielle”.
Brazão também alegou que Lessa o delatou para se livrar das acusações. “Penso eu que isso só passou na cabeça dele após a delação do Élcio (Queiroz). Quando o Élcio delata ele, ele tinha de buscar uma saída para resolver o seu problema. Ele é do Rio e acompanhou muitas coisas. O vereador Marcelo Siciliano, que era amigo dele de copo (de bar), disse que eu era metido”, acrescentou.
Além disso, Brazão afirmou que as informações contidas na delação de Lessa não são mais do que uma “narrativa” criada para proteger o ex-PM e um miliciano que controla áreas no Rio de Janeiro. “Um marginal sem escrúpulos, preparado, que conhecia os dois lados, tanto da polícia, das duas polícias, deve ter percebido a oportunidade. Mas não tem nada maior que a verdade. Então ele construiu uma narrativa. Parte dessa história é verdade. Ele realmente matou, com o Élcio. Ele começa a mentir para proteger seu comparsa, se dar bem e empurrar essa situação para quem estiver mais vulnerável. É o que eu penso, excelência”, concluiu o réu.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Fernando Dias
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