Um ano após a catástrofe climática que assolou o Rio Grande do Sul, a CNN Brasil retorna às regiões mais impactadas para retratar as cicatrizes deixadas pela tragédia que ceifou 184 vidas e afetou mais de 2,3 milhões de habitantes.
Entre 27 de abril e 2 de maio de 2024, o estado enfrentou chuvas sem precedentes, com acumulados chegando a 700 milímetros em algumas áreas – um terço da média anual. O Rio Taquari, na cidade de Lajeado, atingiu o nível histórico de 33,35 metros, cerca de 20 metros acima do normal, submergindo pontes e devastando comunidades inteiras.
Perdas irreparáveis e desafios emocionais
Em Roca Sales, Nivaldino Brino ainda busca respostas sobre o desaparecimento de seus tios, Elírio e Erika Brino. “Nós perdemos seis familiares e tem dois desaparecidos”, relata, destacando a fé como pilar de sustentação diante da tragédia.
A psicóloga Lidia Herbes revela que mais de 90% dos entrevistados em uma pesquisa no Vale do Taquari sofreram algum tipo de estresse provocado pelas enchentes. “A maioria relata que não recebeu apoio psicossocial e gostaria de ter recebido esse apoio”, afirma.
Reconstrução e prevenção
A devastação vai além das perdas materiais. Sabrina, moradora local, expressa como a relação com o rio mudou: “Hoje já eu não gosto, quando chove, por exemplo, eu já tenho uma coisa dentro de mim. Não é uma coisa mais legal, né? Tenho medo dele”.
As autoridades e comunidades enfrentam agora o desafio de reconstruir não apenas estruturas, mas também preparar as cidades para eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes. A série da CNN Brasil continua explorando os impactos na infraestrutura e os esforços de recuperação em todo o estado.
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