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SP pode ficar até 6ºC mais quente e ter ondas de calor de 150 dias até 2050, diz estudo

Até 2050, regiões do estado de São Paulo podem ficar até 6º C mais quentes e as ondas de calor podem ocorrer por mais de 150 dias consecutivos em partes de SP. Os dados foram projetados por pesquisadores da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e do Instituto Geológico.

O estudo foi realizado em 2020 e divulgado hoje (25) pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), que cobra investimentos em pesquisa e medidas do governo para reverter o cenário de elevação térmica previsto.

Como o estudo foi feito

No levantamento, foram considerados dois cenários para projetar as prováveis temperaturas paulistas no período entre 2020 e 2050. Os dados foram comparativos com o intervalo entre 1961 e 1990.

O cenário mais otimista considera que haverá redução nas emissões de gases causadores do efeito estufa, a partir de programas de reflorestamento, diminuição de áreas destinadas ao agronegócio, diminuição do uso de combustíveis fósseis e adoção de políticas climáticas rigorosas.

Na hipótese mais pessimista foi considerado um contexto sem mudanças nas políticas atuais de emissões de gases, expansão do suo da terra pelo agronegócio, crescimento tecnológico e alta dependência de combustíveis fósseis.

O estudo destaca que São Paulo é o estado brasileiro com maior ocupação territorial, por causa da grande população e índice de desenvolvimento econômico superior a outras unidades da federação. Por isso, também possui o maior grau de modificação de seu espaços naturais.

Resultados

Comparativos entre as temperaturas máximas registradas no período de 1990 a 1961 e a projeção para 2020 a 2050 no estado de SP; cenário pessimista na parte superior e otimista na parte inferior da imagem / Reprodução/Cetesb

Em todos os cenários analisados, há previsão de aquecimento da atmosfera no estado de São Paulo. Esta elevação da temperatura do ar deve ser menor nas regiões litorâneas, devido às influências do oceano. O calor mais intenso poderá ser mais facilmente sentido na faixa noroeste do estado, por estar mais longe do Atlântico.

Os cientistas responsáveis pela pesquisa constataram que a temperatura máxima anual pode se elevar entre 0,5 e 1,5ºC, no litoral norte e na Baixada Santista, enquanto a variação pode chegar aos 6ºC na faixa central do estado.

No cenário mais pessimista, as ondas de calor podem se estender par amais de 150 dias no norte paulista, na região da cidade de Ribeirão Preto. No sul do estado, os períodos de calor intenso devem alcançar até 25 dias.

Cientistas cobram esforços

A  Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) enfatiza que o estudo foi realizado pelo próprio governo estadual e que nos traz o alerta de que o aquecimento global é real e pode trazer consequências devastadoras ao planeta.

Apesar dos dados, o Estado não parece estar atento ao que a ciência alerta, porque tem adotado, nos últimos anos, medidas que fragilizam o sistema paulista de ciência e tecnologia, como a extinção do próprio Instituto Geológico, autor do estudo, do Instituto Florestal e do Instituto de Botânica, além da Sucen, que também poderia contribuir diante deste cenário estudando a mudança de comportamento de vírus e de vetores”, ponderou Helena Dutra Lutgens, presidente da APqC.

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) informou que tem compromisso com a sustentabilidade ambiental e resiliência climática.

Em nota, a pasta disse ainda que, desde 2022, conta com o “Plano de Ação Climática (PAC) 2050 e o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE-SP), que mapeiam cenários climáticos globais para aplicação e gestão de riscos ao estado”.

“Dentre as estratégias e especificidades de atuação para implementação do PAC 2050, o Governo de SP montou um comitê gestor da Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), intersecretarial, para discutir ações integradas correlatas à pauta. As ações visam atingir os objetivos de neutralidade de emissões de São Paulo, a partir de seis eixos: Transportes; Energia; Resíduos; Agropecuária, Florestas e Usos do Solo; Processos Industriais e Uso de Produtos; Finanças Verdes e Inovação”, diz o comunicado.

A Semil diz também que instaurou o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), resultante da junção entre os institutos Florestal, Botânica e Geológico. Segundo a secretaria, o IPA tem como objetivo realizar “atividades técnico-científicas desenvolvidas são voltadas para o planejamento territorial, de restauração de ecossistemas, de manutenção das unidades de conservação e das mudanças climáticas – totalmente integrado às políticas públicas de Estado”.

Fonte: Clique aqui

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