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São João de Paripe termina com balanço positivo para os moradores do Subúrbio

Foto: Aguere/GOVBA

A moradora e comerciante da Praça, Alane Santos Costa, 39, informou que esse é o terceiro ano que participa e que os três dias de festa representam oportunidade de ganhar dinheiro e renda extra. “Estou com minha família toda aqui, mãe, irmã, marido, filhos. É um clima legal, divertido e me sinto segura. Além da diversão, faço a venda”, contou, mostrando o carrinho que deslocou trazendo bolos, bebidas e salgados diversos.

O comerciante e também folião, Guilherme Santana, 23, avaliou que os três dias de festa foram “tudo de bom” para as vendas e para a comunidade do Subúrbio. “Aqui, tivemos 100% de segurança, com policiais trabalhando todo tempo. Fiquei todos os dias até de manhã, porque havia um bom policiamento. As atrações, os shows, tudo foi bom em Paripe”.

Foto: Aguere/GOVBA

Para o presidente do Instituto Reparação e sociólogo, Ailton Ferreira, um evento da magnitude do São João de Paripe realça, de modo significativo, a estima da comunidade e revela valores importantes, como dignidade e cidadania, muito presentes na periferia e, muitas vezes, desconhecidos da população que, pensa apenas neste ambiente como espaço de violência. “Esse é um bairro que nasceu em 1930, território que foi incorporado e de origem indígena, e o São João aqui associa valores locais, fortalece a geração de emprego e renda, valoriza a cultura”, destacou.

Ecofolia Solidária

Uma das ações mais relevantes realizadas pelo governo estadual pôde ser vista de perto por quem esteve no circuito junino de Paripe. Trata-se do Ecofolia Solidária, um projeto que visa apoiar catadores de materiais recicláveis durante as festividades do São João da Bahia em 2024.

Foto: Aguere/GOVBA

No total, o governo investiu R$ 1,2 milhões, revelando seu compromisso com a sustentabilidade e a inclusão social. A iniciativa denominada “O trabalho decente preserva o meio ambiente” é coordenada pela Secretaria do Trabalho, Emprego e Renda e Esporte da Bahia (Setre), em colaboração com as secretarias estaduais do Meio Ambiente (Sema) e devDesenvolvimento Urbano (Sedur).

Genivaldo Ribeiro, 50, trabalha desde 2007 com reciclagem e esse é o primeiro ano que participa do Forró Sustentável Solidário, no bairro de Paripe, já tendo realizado a atividade em anos anteriores no Parque de Exposições e Pelourinho. “O objetivo principal do projeto é não deixar que materiais, como garrafas, papéis, latinhas e outros, cheguem ao meio ambiente e ao aterro sanitário. Queremos com essa ação levar dignidade aos catadores e catadoras de rua”. Além dos EPIs, os catadores recebem refeições e diárias.

Segundo Ribeiro, as bonificações também incluem o ganho de R$ 30 a cada 15 quilos de plástico ou de latinhas vendidos. Além da cidadania, informa, o projeto evita a poluição das praias. “Temos aqui a Praia de Tubarão, São Tomé de Paripe e Ilha de Maré. São cerca de cinco toneladas de resíduos que vão deixar de ir ao mar com o trabalho dos catadores de rua junto com as cooperativas”, informou.

Nas três edições, somando apenas dois dias do São João de Paripe, foram cerca de 5,8 mil gramas de materiais reciclados. Mais de 600 kg de vidro foram também recolhidos e retirados do meio ambiente”. Ribeiro destaca que a cooperativa atende 100 catadores de materiais recicláveis e que, cada catador representa uma família. “São 100 famílias diretamente impactadas financeiramente e que, depois do São João, vão poder realizar o sonho de pagar uma dívida ou comprar algo novo, além de comer”.

Foto: Aguere/GOVBA

O catador destaca também a importância de poder sobreviver e se alimentar com a atividade. “A gente sabe que quem tem fome, não espera. Quem mora em Paripe não vai precisar gastar com transporte, se deslocando. Ele vai trabalhar, fazer a sustentabilidade, ajudar o meio ambiente e ganhar sua renda perto de casa”.

Ana Carine Nascimentos, 36, que trabalha há 10 anos no Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA), disse que a tecnologia saiu do carnaval e evolui, cada vez mais, para tornar visível o trabalho dos catadores. “O catador é um agente de mitigação das mudanças climáticas, reduzindo os impactos ambientais como a emissão de CO2, evitando os extrativismos e o desperdício dos recursos naturais e minerais”, conclui. Em Paripe, as cooperativas Coperguari e Cooperes realizam o trabalho de reciclagem, em parceria com os catadores.

Foto: Aguere/GOVBA

A coleta seletiva e a reciclagem de resíduos durante as festividades juninas em Salvador e em mais três municípios do estado trazem benefícios para o meio ambiente e para a comunidade. Neste São João, doze cooperativas atuaram no Parque de Exposição, Pelourinho, Paripe e outras três cidades do interior. Em 2024, estão sendo beneficiados 920 catadores, autônomos ou cooperados, e cinco cooperativas ou associações, três delas com atuação em Salvador nos circuitos juninos. Além de Salvador, os municípios de Porto Seguro, Juazeiro e Itabuna são beneficiados pelo Ecofolia Solidária.

Fonte: Clique aqui

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