A Prefeitura de Salvador inaugurou nesta sexta-feira (5) o Hospital Municipal do Homem (HMH), que vai oferecer serviços de alta complexidade nas áreas de cirurgia geral, cirurgia vascular, urologia, clínica médica, terapia intensiva, radiologia e radiologia intervencionista. O investimento foi de R$35 milhões, em reformas e compra de equipamentos e mobiliários.
A nova unidade de saúde funcionará no antigo Hospital Sagrada Família, no Monte Serrat, sob gestão das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). O Hospital do Homem terá 140 leitos clínicos-cirúrgicos, dos quais 20 leitos de Terapia Intensiva Adulto, e mais 10 leitos de Hospital Dia, totalizando, portanto, 150 leitos.
O prefeito Bruno Reis destacou a importância do novo hospital para atender uma grande demanda existente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital baiana e ressaltou o avanço observado na saúde municipal nos últimos anos. “Lá atrás, a cidade não tinha condição de ter sequer um hospital. Hoje, inaugura o seu terceiro; e até o final do ano vai inaugurar o quarto. A ideia desse hospital, voltado para o homem, surgiu quando a vice-prefeita (Ana Paula Matos) disse que pacientes estavam aguardando até 60 dias nas UPAs por regulação para cirurgias vasculares, urológicas, e muitos poderiam morrer esperando”, afirmou o gestor.
O HMH será o primeiro hospital público da Bahia e um dos primeiros do Brasil a dispor de um aparelho de laser de Alta Potência, permitindo a realização de cirurgias de próstata e cálculos renais de forma menos invasiva. A técnica traz menor risco de complicações e sangramentos e uma recuperação mais rápida para os pacientes.
O secretário municipal de Saúde, Alexandre Reis, explicou que o Hospital Municipal do Homem não será uma unidade de demanda aberta, e sim regulada. “Ou seja, os pacientes das nossas UPAs e unidades de saúde serão regulados para o atendimento aqui. O hospital foi totalmente reestruturado, não deixa nada a desejar a nenhum hospital privado do país. O laser de alta performance não existe em nenhum hospital público do estado e vai proporcionar um giro de leito muito mais rápido”, disse o secretário.
A superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce, Maria Rita Lopes Pontes, também apontou o papel fundamental do HMH para o sistema de saúde soteropolitano. “Salvador ganha muito na área de saúde com esse hospital. É um serviço muito especial para os homens, na parte de urologia, vascular, que são alguns dos problemas mais graves nas nossas UPAs. O serviço que será prestado aqui vai resolver essa demanda”, afirmou. O contrato para a gestão do Hospital do Homem é de dois anos.
Segundo o prefeito, apesar do hospital atender prioritariamente os homens, também serão realizadas cirurgias em mulheres no local. O gestor municipal antecipou ainda que, no futuro Hospital Maternidade e da Criança, com obras em andamento, haverá dois andares para cirurgias eletivas exclusivas para mulheres. A previsão de entrega da primeira maternidade municipal é até o final do ano.
Estrutura – Em 2020, a Prefeitura de Salvador requisitou administrativamente o Hospital Sagrada Família, com o objetivo de combater a pandemia da Covid-19. Ao final da requisição, o Município decidiu implantar na unidade um conjunto estruturado de assistência à saúde na atenção especializada com ênfase nas especialidades de alta Complexidade de Urologia, Vascular e Cirurgia Geral.
“Em parceria com as Obras Sociais Irmã Dulce, salvamos milhares de vidas na pandemia. Depois, aos poucos, começamos a transformá-lo em um hospital para atender essa demanda vascular. Fizemos um novo contrato e tomamos a decisão depois desse número de casos observados nas nossas UPAs”, relatou Bruno Reis.
O chefe do Executivo municipal salientou a decisão da Prefeitura em não construir o Hospital do Homem totalmente do zero, assim como foi feito no caso do Hospital Maternidade e da Criança, em fase de implantação na estrutura do antigo Hospital Salvador. “Aqui está um exemplo da nossa experiência administrativa e capacidade de gestão. Tanto aqui, como no Hospital Salvador, que nós desapropriamos, não fazia sentido construir um novo hospital. Um hospital com 150 leitos não sairia por menos de R$150 milhões; e com R$35 milhões nós adequamos. E é um hospital de primeiro mundo, dentro do padrão da Prefeitura”, destacou.
De acordo com o prefeito, o custeio mensal para o funcionamento do HMM será de R$10 milhões mensais. “Construir, adequar e equipar foi a parte mais fácil. Agora vem o desafio, que é a manutenção, o custeio. O dinheiro de quatro meses paga o hospital”, pontuou.
O HMH dispõe de 20 leitos de Terapia Intensiva Adulto, 50 leitos para Cirurgia Vascular, 50 leitos para Urologia, 20 leitos de Cirurgia Geral, 10 leitos de Hospital Dia, agência transfusional e ambulatório com oito consultórios indiferenciados, com capacidade instalada para 3.850 consultas mensais.
Haverá ainda dois centros cirúrgicos: um centro cirúrgico com cinco salas operatórias para as especialidades de cirurgia geral e cirurgia vascular; e o Centro Cirúrgico do Homem, com três salas operatórias e capacidade para quase 1,5 mil cirurgias urológicas por ano.
O secretário de Saúde explicou que, durante a implantação do Hospital do Homem, a ala com pacientes do antigo Sagrada Família foi preservada, para não haver descontinuidade na prestação do serviço. A demanda da nova unidade será por regulação.
Reportagem: Thiago Souza e Rodrigo Aguiar/ Secom
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