A histórica Praça da Aclamação, na Avenida Sete de Setembro, região do Campo Grande, foi entregue nesta quarta-feira (26) pelo prefeito Bruno Reis após ser totalmente restaurada pela Prefeitura de Salvador. As obras transformaram a infraestrutura e a aparência do local, que já era uma das áreas livres mais bonitas da cidade, em frente ao Passeio Público e ao Palácio da Aclamação, porém não era bem aproveitada pela população para lazer.
A requalificação contou com projeto da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) e execução da obra por parte da Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman). Como destaque, o obelisco em granito português no centro da praça, criado em 1815 para registrar a chegada da família real portuguesa ao Brasil, foi totalmente restaurado, dando a ele a importância que tem para a capital baiana, sendo o primeiro monumento em lápide da Bahia.
“Esse é mais um importante equipamento público que foi completamente restaurado pela nossa gestão. Aqui está a história da nossa gente, a história de Salvador. Eu acredito que todos os governantes têm que ter essa capacidade de preservar o patrimônio histórico da cidade e permitir que ele seja mantido para as gerações presentes e gerações futuras”, disse Bruno Reis no ato de entrega.
Segundo o prefeito, o próximo passo é levar eventos para ocupar a Praça da Aclamação: “A ideia é que a gente traga para cá feiras, faça aqui uma série de atividades e que as pessoas possam efetivamente utilizar o local. É esse o objetivo quando a gente recupera um espaço público: que o cidadão possa frequentar. A gente já está vendo aí moradores passeando com os pets. Aqui vai ter a presença da Guarda Civil Municipal para dar mais segurança”.
O investimento foi de cerca de R$2,1 milhões e as intervenções alcançaram uma área de 4.490 m². No local, foram colocados passeios em concreto usinado, piso de alta resistência, e piso em pedra portuguesa. Além disso, foram instalados um deck em madeira ecológica e nove bancos. O espaço também recebeu novo paisagismo, poda de árvores, pintura de mureta, 48 luminárias em LED, 24 postes de fibra e infraestrutura elétrica completa.
A professora aposentada Rivanda Mendonça mora na região do Campo Grande, em frente à Praça da Aclamação, há mais de 20 anos. “Quando eu recebia visitas em minha casa eu sentia vergonha, porque da minha janela dá para ver isso aqui, e estava horrível. Eu nunca entendi como um lugar tão bonito, em frente ao Palácio da Aclamação, estava daquele jeito. Mas agora eu chego aqui e vejo essa praça com uma beleza dessas… É de dar muita alegria na gente”, comentou.
Preservação – Como destacou Tânia Scofield, presidente da FMLF, trata-se de uma praça tombada como patrimônio histórico da cidade, inclusive toda a sua balaustrada, e por isso seu desenho foi totalmente preservado. “Creio que deixamos a Praça da Aclamação mais aberta. Ela sempre foi meio escondida, com pouquíssimo uso da população”, disse.
“Mas é uma área lindíssima, histórica, que está em frente a um dos dois palácios que temos na cidade, que são o Rio Branco e este, o da Aclamação. Então, essa praça merecia que as pessoas pudessem conviver nela. Acho que a gente precisa agora dar um movimento, mas a praça em si já é linda com as suas palmeiras, com os seus monumentos, e a gente só fez valorizá-la mais ainda”, completou.
Já o titular da Seman, Lázaro Jezler, ressaltou que os serviços foram a etapa final da requalificação do entorno do Campo Grande, cujas obras começaram a ser entregues em abril deste ano. Antes, foram inauguradas a área em frente ao Teatro Castro Alves, a Rua Forte de São Pedro e o trecho da Avenida Sete de Setembro entre a Casa D’Italia e a entrada do Corredor da Vitória.
“Essa é uma praça histórica. Só que, com o passar dos anos, obviamente sofreu degradação. E agora a gente recupera ela sem mexer no seu aspecto histórico, como a balaustrada e o monumento, mas devolvendo ao cidadão esse espaço público que estava sem uso por conta da degradação. Com esse deck de madeira, teremos um pequeno espaço para pequenas apresentações artísticas, feiras, com a ideia de que a população possa usar”, completou Lázaro Jezler.
História – Segundo o historiador Rafael Dantas, o obelisco que fica no centro da Praça da Aclamação é de 1815, criado para registrar a chegada da família real portuguesa a Salvador anos antes, em 1808. Por isso, é também conhecido como o Obelisco de D. João VI. Ele foi originalmente colocado no Passeio Público, de frente para a Baía de Todos os Santos. Só em 1913 ele foi trasladado para a praça em frente ao Palácio da Aclamação.
“Inclusive os viajantes nos barcos que chegavam adentrando a baía em direção ao Porto de Salvador visualizavam esse obelisco porque ele tinha uma de suas faces voltada para as águas. Ficava mais ou menos naquela área onde hoje temos o Teatro Vila Velha. Então era um lugar arborizado, bonito, que recebia à época muitas famílias e visitantes de outros tantos lugares do mundo para conhecer o paisagismo daquela área”, disse Rafael Dantas.
Como conta o historiador, os obeliscos são monumentos que têm uma forte representação com a ideia de poder. Surgiram na Antiguidade, sobretudo no Egito Antigo, erguidos pelos faraós como referências ao sol, que na cultura daquela civilização era uma das principais divindades.
Reportagem: Priscila Machado e Vitor Villar / Secom PMS
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