Doce de coco revestido com açúcar caramelizado em fogo baixo, a bala de vidro, também conhecida como bala baiana, é uma iguaria regional que agrada ao paladar e pode garantir uma boa renda extra para quem se dedicar à sua confecção. Pensando neste mercado, hoje dominado por casadinhos, beijinhos e, principalmente, brigadeiros, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda (Semdec) promoveu, nesta terça-feira (15), a Oficina de Balas de Vidro, no âmbito do Programa Agente de Empreendedorismo, em parceria com o Parque Social. O curso reuniu empreendedoras na Igreja Adventista de Cajazeiras VIII, para ensinar técnicas de confecção, precificação e venda dessa iguaria.
Instrutora da capacitação, a professora Mônica Santos, 32 anos, empreendedora do ramo alimentício há 4 anos, explica a importância de trabalhar com um produto regional, que agrada a clientela e garante renda extra aos profissionais. “É um docinho que todos conhecem, tem um mercado muito bom, e, pelo trabalho que dá para fazer, desapareceu um tempo do mercado. Mas, aqui no curso, explicamos todas as técnicas, a durabilidade, como conservar o que não é de costume imediato, a melhor forma de fazer a calda. Fico muito feliz em poder compartilhar essa técnica de algo que me dá muitas alegrias, além de poder auxiliar as pessoas a conquistarem um novo ofício, uma nova renda, a mudar suas histórias, agregando novo sentido às suas vidas. Hoje vendo para lojas, shoppings e outros ambientes, com grande receptividade. Aqui, elas aprendem a comprar corretamente, fazer pesquisa de mercado, vender bem e fazer uma boa renda, tendo lucratividade e retorno maiores também”.
“Gosto muito do que faço. Meu foco sempre foi a qualidade do produto, não o preço. Trabalhei em outras funções, mas nada era tão satisfatório quanto a confeitaria. Iniciei meu projeto ainda durante a pandemia, e até hoje me mantenho nesse mercado, cada dia mais conquistando clientes que valorizam um trabalho de qualidade. Aprender a confeccionar a bala baiana é mais um desafio que vai agregar muito ao meu trabalho. Além disso, aqui aprendemos a precificar, que é uma forma de transmitir ao seu cliente aquilo que aprendemos e fazemos com muito amor e dedicação para, não apenas vender por vender, mas valorizar o seu trabalho”, explica a confeiteira Scherla Fagundes, de 45 anos.
Para a empreendedora Inalvaci França, de 61 anos, que atua no ramo de produtos de limpeza e agora decidiu apostar na gastronomia, com foco na arte de doces finos e confeitaria, essa é mais uma oportunidade de aprender uma técnica nova, empreender em um novo negócio e garantir uma nova renda. “É algo que agrada ao público e que é muito prazeroso aprender a fazer para, em seguida, poder vender e ganhar com isso”.
Nairajana Barnabé, 30 anos, é empreendedora do ramo de presentes, atua há mais de cinco anos no setor, e decidiu ampliar seu leque de opções. “É uma oficina que agrega no trabalho que eu já faço, como brinde, ou mesmo o produto principal. É muito importante aprender essa nova técnica, além de agregar a parte de compra, técnicas de precificação e outras informações que nos passam aqui. É uma forma de aprender o que é lucro e prejuízo, avaliar riscos e saber lidar com o mercado”.
Aiza Alves, responsável pela gestão do espaço onde ocorrem as capacitações junto à Prefeitura, explica que essa é uma parceria perfeita entre o município e a comunidade. “Quando uma pessoa aprende a fazer algo para o seu sustento, ganha dignidade, faz com amor e dedicação. E vale muito a pena, e com um resultado maravilhoso. É um grande benefício recíproco para todos. É uma forma de gerar renda e garantir o sustento de uma família”.
Programa Agente de Empreendedorismo – O propósito do programa é fomentar o desenvolvimento socioeconômico, oferecendo suporte aos empreendedores e potenciais empreendedores no acesso ao crédito e na aquisição de conhecimentos específicos para aprimorar seus negócios. O programa integra uma rede composta por profissionais e estudantes das áreas de Administração, Economia, e Tecnologias em Gestão Financeira, em Gestão Comercial e em Gestão e Empreendedorismo. Desde 2018, vem estimulando o empreendedorismo nas diversas comunidades de Salvador, contando com o apoio de parceiros que fortalecem as ações, contribuindo para resultados exitosos.
Sandra Paranhos, diretora-geral do Parque Social, destaca a importância da ação. “Essa oficina representa mais uma oportunidade de unir tradição e inovação, incentivando empreendedores a desenvolverem seus negócios com foco na valorização da cultura local e na geração de renda. Nosso objetivo é fortalecer a autonomia dos participantes, oferecendo as ferramentas necessárias para o crescimento dos seus negócios”.
Reportagem: Eduardo Santos / Secom PMS
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