Na luta contra os incêndios florestais, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) conta com uma importante ferramenta: o Monitor de Focos de Calor. Através da análise de densidade de focos, é possível identificar as áreas mais críticas no estado da Bahia, permitindo que os técnicos do Inema orientem o Corpo de Bombeiros Militar e brigadistas a concentrar esforços nas regiões mais vulneráveis, debelando os focos de incêndio ainda em seus estágios iniciais.
Enquanto o Inema utiliza o Monitor de Focos de Calor para ações rápidas e localizadas, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) realiza um pré-processamento de dados de diversos satélites, permitindo análises estatísticas e comparativas, catalogando os dados ao longo do tempo e contribuindo para estudos sobre a evolução dos incêndios no país.
Precisão dos dados e desafios
O meteorologista do Inema, Aldírio Almeida, explica que o número de focos de calor refere-se a detecções por satélite, que podem superestimar a quantidade real de incêndios florestais. “Em muitos casos, um único incêndio em uma área extensa pode ser registrado como vários focos de calor, ou eventos de longa duração podem ser contabilizados várias vezes pelo mesmo satélite, desta forma é importante explicar para as pessoas que aquele número de focos de calor nunca será o número de incêndios florestais”, afirma Almeida.
Apesar das condições climáticas bastante desfavoráveis entre a metade de 2023 e início de 2024, principalmente devido ao El Niño, que resultou em menos chuvas e temperaturas mais altas, o número de focos de calor ficou próximo à média histórica. Este cenário reflete a eficácia das políticas públicas implementadas e uma maior conscientização sobre o uso de determinadas práticas agrícolas. Almeida ressalta que “o Inema realiza um monitoramento contínuo desses focos e publica diariamente boletins com dados detalhados, incluindo a localização e outras estatísticas relevantes.”
O boletim diário do Inema oferece uma análise detalhada sobre a localização e concentração dos focos de calor. As áreas com maior incidência de fogo são identificadas, os municípios com o maior número de focos são classificados, e é verificado se houve registros dentro de áreas de conservação ambiental. O boletim também inclui previsões meteorológicas e mapas que indicam as áreas mais suscetíveis a incêndios, considerando fatores como vegetação seca, temperaturas elevadas e umidade baixa – condições que favorecem a propagação do fogo.
Fonte: Ascom/Inema
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