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Ministério Público de São Paulo denuncia 11 por ‘ecossistema criminoso’ no centro da cidade

Denúncia atribui ao grupo os crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, organização criminosa e violação de comunicação

BRUNO ESCOLASTICO/E.FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDOMovimentação de viaturas da Polícia Militar na sede do Ministério Público de São Paulo, na região central da capital paulista, nesta terça-feira, 9 de abril de 2024. O MP-SP e a Polícia Militar deflagraram esta manhã a Operação Fim da Linha na mira de duas quadrilhas que lavam dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) – o lucro do tráfico de drogas e de roubos – através das empresas de ônibus Upbus e da TW, responsáveis pelo transporte de cerca de quase 700 mil passageiros diariamente na capital paulista. Segundo a Promotoria, as companhias receberam mais de R$ 800 milhões da Prefeitura em 2023.

O Ministério Público de São Paulo denunciou 11 pessoas por suspeita de envolvimento com as operações do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Favela do Moinho, que segundo os promotores se tornou o QG de todo o “ecossistema criminoso” da facção no centro da cidade. A denúncia atribui ao grupo os crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, organização criminosa e violação de comunicação. O principal denunciado é Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Leo do Moinho, acusado de ser o chefe do tráfico de drogas nos hotéis do centro de São Paulo e “dono” da Favela do Moinho. A mulher dele, Raquel Maria Faustina Monteiro Moja, e seus irmãos, Alberto Monteiro Moja e Jefferson Francisco Moja Teixeira, também foram denunciados.

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O estoque de drogas era mantido na favela, próxima da linha férrea que corta a cidade da Barra Funda até a Luz e o Brás. Uma casa-bomba foi desmontada na Operação Salus et Dignitas (Segurança e Dignidade). Nela, os policiais encontraram cocaína, maconha, ecstasy, K9 e lança perfume. O PCC também teria montado na comunidade uma espécie de “centro de comando” do domínio exercido na região central, incluindo a Cracolândia. “Resta evidente que a Favela do Moinho é o local onde a organização criminosa, liderada pela família Moja, dominou territorialmente a região central de São Paulo, estabelecendo o seu ‘quartel general’ do ecossistema criminoso, com o depósito e comércio de entorpecentes, captação de sinais de rádios transmissores das forças policiais, a ‘manutenção da ordem e da disciplina’ exercida por meio dos ‘Tribunais do Crime’ e com a consequente lavagem de capitais do dinheiro obtido com a traficância”, diz um trecho da denúncia.

Responsável pela investigação, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público de São Paulo, cita pelo menos quatro empresas de fechada que teriam sido usadas pela família para lavar dinheiro do tráfico de drogas. São a hospedaria Barão de Piracicaba, a concessionária L&M Automóveis, o restaurante Sal Rosa e o ferro-velho Moinho. Wellington Tavares Pereira e Alfredo da Silva Bertelli Prado, apontados como laranjas de Leo do Moinho, também foram denunciados.

A denúncia também cita a ex-candidata a vereadora do PT Janaína da Conceição Cerqueira Xavier, líder comunitária que foi candidata a vereadora pelo PT em 2020, como uma “peça fundamental” na organização criminosa. “Ela garante o funcionamento da traficância na região central e exerce a condição de ‘disciplina’ para quem descumpre as determinações do comando central do crime”, afirma o Ministério Público. A denúncia ainda avança sobre o núcleo que seria responsável por captar a frequência de rádios transmissores da Polícia Militar.

Valdecy Messias de Souza e Paulo Márcio Teixeira são acusados de vender aos criminosos aparelhos que davam acesso às comunicações e permitam que o PCC se antecipassem às operações policiais. Esses equipamentos ficavam instalados na Favela do Moinho. “Esse nicho criminoso é de suma importância para funcionamento de toda organização criminosa, uma vez que permite aos criminosos se anteciparem a qualquer ação das forças estatais, obtendo informações privilegiadas de operações policiais para prosseguirem com a atividade de traficância dentro do fluxo central”, apontam os promotores do Gaeco.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Sarah Américo

 

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