A concessão da BR-381 em Minas Gerais, conhecida como “Rodovia da Morte” pelo alto índice de acidentes fatais, finalmente sairá do papel.
Dois grupos entregaram propostas, na sede da B3, para o leilão desta quinta-feira (29). A apresentação de ofertas foi recebida com alívio pelo governo porque duas tentativas anteriores de conceder a rodovia haviam falhado recentemente.
Com um traçado sinuoso e tráfego intenso de veículos pesados, a BR-381 tem sua duplicação prometida desde a década de 1990.
O trecho de 304 quilômetros que está sendo concedido à iniciativa privada, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, compreende o Vale do Aço — onde estão localizadas grandes usinas siderúrgicas.
Os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentaram leiloar a estrada para a iniciativa privada, com diferentes modelagens, mas não apareceram empresas interessadas.
Os investidores alegaram riscos de engenharia e incertezas sobre o retorno financeiro da concessão.
Desta vez, segundo relatos feitos à CNN, houve a apresentação de duas propostas. O prazo para a entrega de envelopes era até meio-dia desta segunda-feira (26).
Não há divulgação oficial sobre o surgimento de interessados. A CNN apurou, no entanto, que uma oferta foi feita por um consórcio de empreiteiras lideradas por Aterpa e JMalucelli. Outra envolve o Grupo Opportunity e a operadora Monte Rodovias, que atua na região Nordeste.
Na nova versão do projeto, o investimento da futura concessionária será de R$ 9 bilhões ao longo dos 30 anos de contrato.
Houve mudanças na taxa interna de retorno e trechos próximos a Belo Horizonte, que requerem desapropriações e remoção de moradias irregulares, passaram para a responsabilidade do poder público e não mais da concessionária.
Serão 134 quilômetros de duplicações (entre obras remanescentes e novos trechos), 83 quilômetros de faixas adicionais, quase 10 quilômetros de marginais, 20 passarelas e 15 passagens de fauna.
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