Inaugurada pela Prefeitura de Salvador em 2017, a Escola Municipal de Periperi está inovando com um projeto que promete unir tecnologia e inclusão social: o podcast Conexão AEE – sigla para Atendimento Educacional Especializado. Apresentado pelas professoras Irami Lopes e Fernanda Nunes, o podcast conta com a participação ativa de alunos e é transmitido ao vivo pelo Instagram da escola (@escmun).
“Os objetivos do projeto Conexão AEE são criar um canal de comunicação para discutir questões emergentes no cotidiano escolar, dar visibilidade à comunidade – incluindo estudantes, familiares e profissionais da educação e saúde – e ampliar as informações sobre possibilidades e desafios. O projeto destaca as experiências de pessoas que atuam na inclusão, visando melhorar a vida daqueles com necessidades educativas e sociais específicas”, explicou Irami Lopes.
Segundo a professora Fernanda Nunes, a ideia de criar um podcast surgiu do desejo de alunos e pais em ter um espaço de expressão e aprendizado. “Era um grande anseio tanto dos pais quanto dos alunos formar um estúdio. Os alunos gostam muito desse universo. Muitos deles, inclusive, pensam em iniciar uma carreira no jornalismo. Então, encontramos uma forma de ter um podcast”, contou.
“No ano passado, inauguramos nossa sala. Realizamos esse trabalho com diversos alunos que demonstram interesse. Fazemos o processo de entrevistar personalidades, sejam pessoas da comunidade, políticos, enfim. Trabalhamos valorizando principalmente a cultura em nossa comunidade. Entrevistamos pessoas que lançaram livros, focando na educação, mas pensamos em estender nossa linha”, acrescentou Fernanda.
Vencendo a timidez – Entre os alunos atípicos que abraçaram a iniciativa com entusiasmo estão Beatriz Oliveira Brito, de 14 anos, do 8º ano, e Lincoln Caio Boaventura, de 15 anos, do 6º ano. “Para mim, é incrível poder participar. No começo, fiquei muito nervosa, porque nunca tinha feito isso, mas depois comecei a gostar da ideia. Tenho muita vontade de trabalhar nessa área, acompanho podcasts famosos e sempre tive vontade de fazer algo assim”, disse Beatriz sobre sua experiência.
Lincoln, por sua vez, admitiu que inicialmente não estava tão animado, mas acabou se envolvendo: “No começo, eu não queria muito, mas depois decidi participar. É muito legal. Geralmente, nós entrevistamos, mas agora somos nós que estamos sendo entrevistados”, brincou o jovem aluno.
Atrás das câmeras, Deuscilia Boaventura Bras, de 50 anos, mãe e fã de carteirinha de Lincoln, tem observado os benefícios do projeto para ele. “Foi muito interessante essa novidade. Meus filhos gostam muito dessa parte tecnológica. Eles assistem muito. Inicialmente, Lincoln, por ser mais tímido, não quis participar, mas conversamos e eu disse que ele poderia ficar à vontade, e ele foi se soltando”, lembrou.
“Tenho outro filho que é menos tímido, mas não estuda nesta escola. Esse projeto tem ajudado muito no desenvolvimento. Essa atividade vem ajudando a superar a timidez e em várias outras coisas, como na elaboração das perguntas. Isso me fez enxergar o potencial que eu já sabia que ele tinha”, completou Deuscilia.
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