Mulheres que estão à frente de seus próprios negócios ou que pensam em comandar um precisam ter noção da importância do empreendedorismo feminino para a sociedade. Além disso, dominar estratégias de precificação de produtos é fundamental para manter uma empresa saudável e competitiva. Foi justamente sobre esses pontos que um grupo de mulheres aprendeu, na tarde desta terça-feira (29), durante uma palestra realizada em parceria pelo Parque Social e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro da Liberdade, onde ocorreu o evento.
Viviane Oliveira, de 40 anos, foi uma das empreendedoras presentes na palestra. Há um mês, ela trabalha com alimentação, especialmente vendendo feijoada, e soube da atividade gratuita por meio das redes sociais. Uma amiga, atendida pelo Cras, também reforçou que o encontro aconteceria no local.
“Sempre é bom participar de eventos como esse, porque traz novas experiências e esclarece dúvidas que a gente sempre têm. Não se trata só de vender o produto, mas de entender todo o processo, isso nos faz expandir a mente para o futuro”, comentou.
Após a palestra, as mulheres também tiveram a chance de participar de uma oficina de confecção de alfajor, doce típico da Argentina. Viviane, que mora na Capelinha de São Caetano, agora pensa em colocar em prática o que aprendeu e inovar, oferecendo um novo produto aos seus clientes. “Quem sabe eu não faço para ser uma opção para além da cervejinha”, brincou.
Capacitação – Maria Borges Costa de Jesus, de 69 anos, é aposentada, mas ainda trabalha produzindo e vendendo salgados, tortas e doces finos por encomenda. Sem entender como funcionava a precificação desses tipos de produtos, ela chegou a ir a um empreendimento para perguntar como os administradores calculavam a margem de lucro. “Aí me disseram que minha realidade pode ser diferente, mas esta oficina é uma oportunidade para tirar essas dúvidas”, comentou.
“Estar aqui é uma grande vitória, porque me ensinaram a classificar os produtos, e isso já é um caminho. Quero aprender a valorizar mais e cobrar pelos meus produtos. Eu uso ingredientes de qualidade. Faço bolos e tortas com manteiga mesmo, nada de margarina. Vendo no mercado local, e às vezes fui criticada por isso. Mas agora, com essa orientação, já tenho um caminho”, completou a aposentada.
Abrangência – Cássia dos Santos Gonzaga, coordenadora do Cras, diz que o empreendedorismo não apenas ajuda na geração de renda, mas muitas vezes auxilia mulheres a superarem situações de violência, o que torna a palestra de grande importância e benefício para quem participou.
“Muitas mulheres vivem em um ciclo de violência, principalmente por não terem meios para sobreviver, e acabam dependendo financeiramente dos companheiros. Isso fortalece um ciclo de violência que muitas vezes se perpetua. Com uma renda própria, ela consegue, querendo ou não, dar um grito de liberdade e mudar sua própria história”, diz.
Ela acrescenta que 120 famílias são acompanhadas pelo Cras, que atende em sua maioria demandas do Cadastro Único para Programas Sociais. “No entanto, o Cras vai além do Cadastro Único. Ele foi criado para fortalecer as famílias, apoiar o desenvolvimento e garantir a proteção social delas. O objetivo é fortalecer as famílias para que esses indivíduos possam ter uma conduta apropriada na sociedade. Esse fortalecimento ocorre por meio de oficinas, palestras e atendimento particularizado com uma equipe técnica composta por assistente social e psicólogo”, completou a coordenadora.
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