Realizado de quinta (18) a domingo (21), no Centro de Convenções, o Festival Internacional do Chocolate e Cacau de Ilhéus – Chocolat Bahia 2024, em sua 15ª edição na cidade celebrizada por Jorge Amado, se consolidou como o maior evento do gênero na América Latina. De acordo com os organizadores, o festival recebeu cerca de 65 mil pessoas e movimentou cerca de 25 milhões de reais, entre comercialização de produtos, negócios realizados e a ocupação da rede hoteleira, comércio, lazer e serviços.
“É motivo de orgulho constatar que, há 15 anos, começamos com duas marcas de chocolates caseiros e poucos expositores e, hoje, são mais de duzentas marcas de chocolates de origem, cem dessas marcas no sul da Bahia, expansão do ecoturismo e impacto positivo em vários setores da economia regional”, afirma Marco Lessa, idealizador e coordenador do Chocolat Festival, que completa: “o evento tomou uma dimensão tão grande que estamos articulando com o Governo do Estado a construção de um pavilhão de feiras onde pretendemos implantar o Museu do Cacau e do Chocolate”.
O Chocolat Festival contou com cerca de 200 expositores. Desses, mais de 350 marcas de chocolates fizeram a alegria do público, com a comercialização e degustação produtos de cacau e derivados, cursos de capacitação para 6.500 pessoas e seis toneladas de alimentos arrecadadas para doação a famílias carentes, através de uma parceria com o Rotary Clube e o Lions Clube de Ilhéus. As atividades incluiram o Fórum do Cacau, Choco Day, Cozinha Show, Cozinha Kids, Rodadas de Negócios, Atelier do Chocolate, Chocolat Social, Palco Cacau, seminários e oficinas sobre cacau e chocolate.
Gerson Marques, presidente da Associação dos Produtores de Chocolate do Sul da Bahia-Chocosul, com mais de 100 associados, afirma que, mesmo com a alta do cacau, que afeta os preços dos chocolates de origem, as empresas estão fazendo negócios e consolidando o projeto do polo chocolateiro: “também eleva a autoestima da região, que se orgulha de ter um produto que, além da qualidade, traz em si toda a magia que cerca o mundo do cacau”.
Isaias Alves, de Valença, ressalta que iniciou a produção em 2021 com cinco versões de chocolate: “e, a partir da participação no festival, hoje, já temos com treze versões. Nossa produção é familiar e fazemos isso com muito amor”.
Conquista de novos mercados
Carine Assunção, da Natucoa, afirma que o Chocolat Festival é um evento consolidado: “e comercializamos nossos produtos não apenas com pessoas da região, mas de outros estados e outros países, além de abrir novos mercados na rodada de negócios com dezenas de empresários”.
Osaná Crisóstomo, da Bahia Cacau, primeira fábrica de chocolate da agricultura familiar do Brasil, ressalta que o Sul da Bahia vive um novo momento: “esse evento abre as portas para que possamos divulgar os nossos produtos, que hoje são comercializados em vários estados brasileiros e brevemente chegaremos ao mercado internacional”.
Fábricas-escolas
O Governo da Bahia, principal apoiador do Chocolat Festival, marcou presença com participação da secretarias de Turismo, Cultura, Desenvolvimento Rural, Agricultura, Educação e Trabalho, Emprego e Renda em estandes como Empório da Agricultura Familiar, Centro Público de Economia Solidária, Feira de Artesanato, Espaço do Turismo e Fábricas-Escolas do Chocolate. O estande com as quatro fábricas-escolas dos centros estaduais de Educação Profissional de Ilhéus, Arataca, Gandu e Ipiaú reuniu estudantes e professores, que mostraram a produção de um projeto do Governo do Estado que valoriza o processo de ensino-aprendizagem e incentiva o empreendedorismo.
O estudante Ruaferson Calazans, do Ceep do Chocolate Nelson Schuan, em Ilhéus, disse que, “além de mostrar o nosso trabalho para milhares de visitantes, essa é oportunidade de trocar experiências com colegas de outros colégios”. Ruaferson está concluindo o ensino médio e afirma que pretende fazer curso superior e se especializar na área de chocolates “e atuar num mercado cada vez mais promissor”.
O Chocolat Festival também impacta positivamente o turismo, com a divulgação da Estrada do Chocolate, primeira estrada temática da Bahia, que inclui fazendas centenárias de cacau, fábricas de chocolate e áreas de mata atlântica preservada.
Para Vilomar Simões, consultor de turismo, “o evento fortalece todo o universo do cacau e do chocolate e além de visitar esse evento, as pessoas querem conhecer fazendas, fábricas de chocolate e desfrutar das nossas belezas naturais”.
A arte e a cultura regional foram destaque, com o Palco Cacau e o Pavilhão Cultural, como apresentações de artistas regionais, teatro, literatura e artesanato. Flávia Oliveira, que integrou uma das cinco associações com cerca de 200 artesãos que participaram do evento, disse que “conseguimos realizar ótimas vendas e tivemos uma excelente vitrine para divulgar o nosso trabalho.
Texto: Daniel Thame/GOVBA
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