O climatologista Carlos Nobre, em entrevista ao Agora CNN, alertou sobre o agravamento das condições climáticas na América do Sul, que está se tornando mais quente, seca e propensa a incêndios.
Segundo um estudo recente, o aquecimento global tem sido o principal responsável por esse cenário preocupante.
Nobre explicou que as projeções sobre o aumento de secas extremas e ondas de calor na região tropical da América do Sul, incluindo a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal, já eram previstas há décadas.
No entanto, o que se observa agora é uma aceleração desse processo, com recordes de temperaturas e eventos climáticos extremos.
Temperatura global atinge marco histórico
O cientista destacou que, nos últimos 15 meses, a temperatura global atingiu 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, um patamar não visto em 120 mil anos.
Esse aumento tem intensificado eventos como ondas de calor, secas, chuvas excessivas, incêndios e elevação do nível do mar.
Um dos dados mais alarmantes apresentados por Nobre é que a região norte da Amazônia agora experimenta três vezes mais dias por ano com condições climáticas extremas propícias a incêndios, incluindo altas temperaturas, seca e baixa umidade, em comparação com as últimas décadas.
Impactos e riscos para os biomas brasileiros
O climatologista alertou para os riscos que essas mudanças representam para os biomas brasileiros e para a saúde da população.
Com temperaturas máximas frequentemente ultrapassando os 40°C em várias regiões, a vegetação torna-se extremamente inflamável, aumentando o risco de incêndios.
Nobre ressaltou que a maioria dos incêndios recentes, especialmente em 2023 e 2024, foi provocada por ação humana, e não por causas naturais como descargas elétricas.
Isso reforça a necessidade de medidas de proteção mais rigorosas para os biomas e de conscientização da população.
O aumento dos incêndios também tem impactado a qualidade do ar, com recordes de poluição registrados em quase todo o Brasil devido à fuligem e partículas das queimadas.
Nobre enfatizou a urgência de ações para prevenir a propagação de incêndios e proteger tanto o meio ambiente quanto a saúde pública.
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