Na esteira das críticas à prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), especialmente no que se refere às questões relacionadas à atividade agropecuária no país, parlamentares da bancada ruralista defendem a demissão do ministro da Educação, Camilo Santana.
Durante reunião da Frente Parlamentar Agropecuária, nesta terça-feira (7), a deputada federal Carol de Toni (PL-SC) levantou a questão. Ela defende que, para além das providências já tomadas pela frente, é necessário o afastamento do ministro.
Deputados que estavam na reunião relataram à CNN que os ânimos estavam exaltados, e que outras reações foram sugeridas.
Além da reação sugerida por Carol de Toni, foi ventilado ainda pressionar o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para que se posicione e saia em defesa do setor.
Apesar do “barulho”, como definiram os parlamentares ouvidos, o entendimento é de que o fato isolado não será capaz de derrubar o ministro.
Levantou-se também a possibilidade de pressionar pela anulação da prova, que teve a primeira fase realizada por quase 4 milhões de estudantes brasileiros no último domingo (5).
Com medo da repercussão negativa para esse pedido, o consenso na reunião foi de que se mantivesse a linha de insistir na anulação das questões específicas em que o setor agropecuário foi citado, bem como aquelas entendidas como “ideológicas” pelos parlamentares.
A FPA pediu, em nota oficial, a anulação das questões 89, 70 e 71. A justificativa apresentada pela frente é de que são questões mal formuladas e “de comprovação unicamente ideológica”.
O entendimento, segundo parlamentares da FPA, é de que o aluno que não “concorda ideologicamente” com as afirmações, não consegue ser aprovado no exame.
Do lado do Ministério da Educação (MEC), vê-se com tranquilidade a convocação do ministro para comparecer em audiências públicas de comissões do Congresso Nacional.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o ministro deve comparecer caso os requerimentos apresentados nos colegiados sejam aprovados.
Além disso, para interlocutores da pasta, a reação comprova o desconhecimento por parte dos parlamentares do trâmite necessário para o desenvolvimento da prova — incluindo a contratação de uma banca, edital público de chamamento, banco nacional de itens, com processos consolidados e sigilosos.
A CNN também entrou em contato com a deputada Carol de Toni, mas não obteve resposta até o momento.
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