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Avião da Latam arrastou cauda na pista ao decolar em Milão por erro de pilotos com dados do computador de bordo

Empresa aérea diz que segue cooperando com as autoridades que investigam o ocorrido; ainda não é possível dizer o que originou este erro

Reprodução/TX@@OnDisasters
Avião da Latam arrasta cauda na posta em Milão

No voo LA8073 da Latam, que saiu no dia 9 de julho em Milão, na Itália, com direção ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, o avião “arrastou” a cauda na pista durante a decolagem. Relatório divulgado nesta segunda-feira, 26, cerca de um mês e meio após o ocorrido, mostra que o acidente se deu pela inserção incorreta de dados, mas não é possível dizer ainda o que originou este erro. Em nota, a Latam diz que segue cooperando com as autoridades que investigam o ocorrido (leia mais abaixo). O avião decolou com menos velocidade do que era necessário para o peso que ele carregava, explica o investigador de acidentes e engenheiro de Aerodinâmica e Performance, Jefferson Fragoso. Essa inserção errônea de dados, que causou menor velocidade, resultou no tail strike, como é chamado quando a causa bate no solo. “(O relatório) não fala o porquê que estavam inseridos esses cálculos. Pode ter sido um erro de cálculo, uma digitação errada, erro de cálculo do peso do avião… A investigação vai descobrir por que isso aconteceu”, afirma. Por isso, não é possível saber se houve ou não erro do piloto.

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O dia estava quente, com os termômetros marcando 30º, segundo o relatório preliminar feito pela Agência Nacional de Segurança de Voo (ANSV) italiana. Temperaturas mais altas fazem com que o avião percorra uma distância maior na pista para decolar. “Dependendo se o ar está mais ou menos rarefeito, ele influencia no consumo de combustível e na performance do motor. Então, a temperatura precisa ser considerada para não usar potência em excesso e não derreter o motor”, explica o engenheiro de Aerodinâmica e Performance. “(A tripulação) lança o peso do avião, a temperatura ambiente e o computador traz as velocidades. Muitas das informações vêm do despacho da aeronave”, acrescenta o investigador.

O voo precisou retornar ao aeroporto de origem e ser cancelado. Antes disso, porém, voou durante uma hora para esvaziar o combustível, a fim de diminuir o peso da aeronave. Isso acontece porque é mais arriscado pousar com excesso de peso do que decolar. “(Pousar com o peso que decolou) seria arriscado, poderia romper o trem de pouso e causar um acidente, então é um procedimento de precaução”, explica Fragoso. O contato da cauda da aeronave com o solo deixou uma raspagem de 720 metros na pista, com profundidade de até 6 centímetros, de acordo com o relatório.

O avião modelo Boeing 777 levava 398 pessoas a bordo, sendo a tripulação composta por três pilotos e 12 assistentes de bordo. Houve danos na estrutura da aeronave, mas foram pequenos, segundo o documento. Não há conhecimento de mercadorias perigosas sendo transportadas e o voo aconteceu durante o dia, sem condições climáticas relevantes que afetassem o ocorrido. O desembarque dos passageiros ocorreu normalmente em segurança e sem intercorrências, segundo a Latam. “Toda a assistência necessária foi oferecida aos passageiros, que foram realocados em voos próprios e de outras companhias”, informa a companhia aérea. “A Latam ressalta que segue cooperando com as autoridades que investigam o ocorrido e aguarda a publicação do relatório final pela Autoridade Italiana de Segurança Aérea (ANSV). A companhia esclarece que o relatório emitido pela autoridade é preliminar e não apresenta as causas prováveis ou conclusões da investigação”, acrescenta.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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