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Apagão em SP: Federação de bares e restaurantes pede a Tarcísio prazo maior para pagar impostos

A Fhoresp, que representa 502 mil estabelecimentos de hospedagem e gastronomia no Estado, considera a medida fundamental para garantir a sobrevivência de empresas e a manutenção de empregos

ROBERTO SUNGI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A Fhoresp estima que o prejuízo ficou em torno de 1,5 milhão só nos primeiros quatro dias de blecaute

A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) pediu ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) a prorrogação do vencimento de impostos para cerca de 250 mil estabelecimentos do setor drasticamente afetados pelo apagão. Desde a última sexta-feira (11), a interrupção de energia afeta diversas regiões da capital paulista e região metropolitana. O documento foi protocolado na Casa Civil no fim da tarde desta quarta-feira (16). A Federação, que abarca mais de 20 sindicatos patronais que representam 502 mil estabelecimentos no Estado, considera a dilação de prazo para honrar os tributos estaduais “medida imprescindível”, a fim de mitigar o prejuízo milionário gerado pelo blecaute às empresas de hospedagem e de gastronomia.

De acordo com o diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, é necessário que a prorrogação perdure “num prazo razoável e suficiente”. A medida valeria para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Isso é crucial para a continuidade das atividades de milhares de estabelecimentos de hospedagem e alimentação. Estamos solicitando ao Governo do Estado que pondere ampliar o prazo do recolhimento de tributos, para que as empresas prejudicadas pelo apagão tenham prazo maior para a quitação. Isso já ajudaria, num primeiro momento, àquelas que foram atingidas. Auxiliaria, inclusive, na manutenção de empregos. Poderes Executivos têm essa prorrogativa”, diz.

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Para mensurar a dimensão do impacto na prorrogação de impostos de competência estadual para estabelecimentos ligados à Fhoresp, o setor é composto por 97% de micro e de pequenos empresários (MEIs), segundo o diretor-executivo da entidade. “Essas empresas não têm lucro relevante que possa remediar os danos causados em seis dias de blecaute. A maioria delas tem apenas um pró-labore retirado dia a dia para sua própria subsistência e de sua família. O que está acontecendo beira o absurdo. Afinal, quem é que vai pagar a conta do prejuízo?”, questiona Edson Pinto.

Apesar de a Enel ter anunciado nesta quinta-feira (17) “o fim da crise no abastecimento elétrico na capital e na região metropolitana”, 36 mil imóveis ainda estão sem luz. A Fhoresp chama a atenção para o fato de que cerca de 3,1 milhões de pessoas terem ficado sem o abastecimento de energia desde sexta passada. Deste total, 250 mil estabelecimentos do setor de hospedagem e alimentação foram atingidos pelo apagão, de acordo com a Federação.

A Fhoresp estima que o prejuízo ficou em torno de 1,5 milhão, nos primeiros quatro dias de blecaute, contando os períodos de almoço e de jantar. No início desta semana, a Federação notificou oficialmente a Enel para o restabelecimento, de forma urgente, na rede elétrica em bares e restaurantes.

Indenização

A entidade também exigiu ressarcimento aos empresários do setor que tiveram seus negócios prejudicados pelo apagão, passando pelos dias de não funcionamento e, consequentemente, de não faturamento; pela perda de mercadorias, por ausência de refrigeração; e por equipamentos queimados, devido à oscilação de energia. A Fundação Procon-SP foi copiada em ofício para o acompanhamento do processo.

Justiça

A Fhoresp solictou, ainda, que a Enel abra um canal direto de diálogo com a entidade para ressarcir os empresários prejudicados pelo blecaute pela via administrava – menos burocrática e, em tese, mais rápida. Caso não seja atendida, a federação já colocou seu Departamento Jurídico à disposição de seus associados, para mediar na Justiça processos individuais que requeiram indenização.

Publicado por Carolina Ferreira

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