O cientista político Leonardo Barreto argumenta que uma eventual derrota de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura de São Paulo não deve ser interpretada como um revés para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em sua análise, Barreto destaca a complexidade do cenário político atual e as nuances do eleitorado paulistano.
Segundo o especialista, é fundamental “maneirar um pouco na mão na análise”.
Ele ressalta: “Assim como a vitória do Boulos não era a vitória do Lula, não seria porque como o próprio Thomas trouxe, se metade dos eleitores do Lula de 2022 não votaram no Boulos, a derrota do Boulos também não é a derrota do Lula”.
Divisões no eleitorado e novos cenários políticos
Barreto aponta para uma divisão interessante no espectro político. No campo da esquerda, observa-se uma parcela significativa de eleitores de Lula que não apoiaram Boulos.
Já na direita, o movimento do ex-presidente Jair Bolsonaro em direção ao centro e a partidos mais institucionalizados deixou uma parcela de eleitores “órfãos”, suscetíveis a novos nomes da direita, como foi o caso de Ricardo Nunes.
Esta dinâmica, segundo o cientista político, revela limites tanto para Lula quanto para Bolsonaro.
“A gente está vendo aí limites do presidente Lula muito claramente, mas também limites do ex-presidente Bolsonaro, o que dá uma abertura de espaço para a gente discutir as novas possibilidades políticas que nós temos à frente”, analisa Barreto.
O especialista conclui que esse cenário de fragmentação e realinhamento político abre espaço para novas discussões sobre o futuro da política brasileira, indicando que o eleitorado está se tornando mais complexo e menos previsível em suas escolhas eleitorais.
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