A crise hídrica que o Brasil enfrenta atualmente não deve apresentar melhoras significativas até o final do próximo ano, de acordo com o analista de Clima e Meio Ambiente, Pedro Côrtes.
Côrtes afirmou: “Eu não acredito que a situação de crise venha a melhorar para o final do ano que vem. Pelo menos isso deve persistir, ainda principalmente com a entrada do evento La Niña, que deve ocorrer agora no final de outubro”. Segundo o analista, essa condição climática pode afetar negativamente os níveis dos reservatórios até, pelo menos, meados de 2024.
Impacto no sistema energético
A persistência da crise hídrica levanta questões sobre a capacidade do sistema energético brasileiro de atender à demanda, especialmente nos horários de pico. Nesse contexto, a discussão sobre a possível volta do horário de verão ganha relevância como uma medida para reduzir o consumo de energia.
Sobre o tema, Côrtes comentou: “Quando a gente estende o horário de trabalho, a gente ganha esse horário adicional, a gente usa mais a iluminação natural. Então, as pessoas chegam em casa, não precisa acender a luz, ou mesmo os escritórios não precisam acender a luz, tantas luzes porque tem iluminação do dia”.
Embora o especialista reconheça que a economia de energia proporcionada pelo horário de verão seja proporcionalmente menor do que no passado, ele enfatiza a importância de cada pequena redução no consumo: “Hoje nós estamos contando os centavos, e cada centavo importa”.
A possibilidade de implementação do horário de verão ainda está em análise pelo governo, que considera diversos fatores, incluindo o impacto na demanda de energia e as projeções para a situação hídrica nos próximos meses. A decisão final dependerá da evolução do cenário energético e climático do país.
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