O advogado André Lins, representante da Associação em Defesa da Integridade, Direitos e Deveres nos Jogos e Apostas (Adeja), revelou em entrevista à CNN Brasil que o mercado ilegal de apostas, incluindo o conhecido “jogo do Tigrinho”, foi significativamente impulsionado pela introdução de métodos de pagamento facilitados, com destaque para o pix.
Segundo Lins, o cenário mudou drasticamente com o advento do pix. Anteriormente, os sites de apostas que operavam no Brasil eram obrigados a seguir um rigoroso processo de compliance, utilizando plataformas de adquirência que exigiam o uso de cartões de crédito ou débito. Essas empresas precisavam cumprir diversas exigências para obter a certificação necessária.
Facilidade do PIX e a expansão do mercado ilegal
Com a chegada do PIX, o panorama se alterou. Lins explicou: “Bastava abrir uma empresa no Brasil em nome de um laranja, abrir uma conta bancária e gerar um PIX”. Esta simplificação no processo de recebimento de pagamentos resultou em um crescimento expressivo do mercado ilegal de apostas.
O advogado ressaltou que a facilidade de criar empresas sem relação direta com a atividade de jogos e a possibilidade de receber valores menores e pulverizados via PIX alimentaram esse submundo das apostas. “Ficou muito fácil, porque o PIX normalmente são valores menores e pulverizados, e aí essas empresas começaram a alimentar esse mercado, esse submundo do jogo”, afirmou.
Lins alertou ainda para um problema mais grave: a falta de rastreabilidade desses recursos. “A gente não sabe aonde vai parar esse dinheiro, também pode estar alimentando o crime organizado”, advertiu o especialista, levantando preocupações sobre as possíveis ramificações deste mercado ilegal para outras atividades criminosas.
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