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União Europeia diz que ainda não está pronta para concluir acordo de associação com Mercosul

Em meados de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o bloco sul-americano está pronto para assinar o acordo comercial que vem sendo discutido desde 1999

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“A UE que se entenda com a França, mas no Mercosul estamos prontos e dispostos a assinar”, disse Lula

A Comissão Europeia afirmou nesta segunda-feira (9) que ainda não está pronta para concluir as negociações sobre o anexo para completar o acordo de associação com o Mercosul, em cujos detalhes técnicos ainda está trabalhando, apesar das garantias do bloco sul-americano de que está pronto. “A Comissão atualmente considera que ainda não estamos prontos para concluir as negociações”, disse à Agência EFE o porta-voz comercial da União Europeia (UE,) Olof Gill, quando perguntado sobre a possibilidade de concluir o acordo durante a cúpula do G20 que será realizada em novembro no Rio de Janeiro.

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Gill afirmou que as discussões técnicas sobre o acordo continuam, sendo que a última reunião foi realizada em Brasília nos dias 5 e 6 de setembro. “O foco da UE continua a ser a resolução de questões pendentes, garantindo que o acordo atenda aos objetivos de sustentabilidade do bloco e, ao mesmo tempo, respeite as sensibilidades no setor agrícola”, explicou o porta-voz.

Em meados de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Mercosul está pronto para assinar o acordo comercial que vem sendo discutido desde 1999 com a UE, e que tudo agora depende do bloco europeu. Em seguida, Lula se referiu às dúvidas expressadas pelo presidente da França, Emmanuel Macron, que considera os termos do acordo “obsoletos”, entre outros motivos porque, em sua opinião, não inclui medidas para proteger o meio ambiente e combater a crise climática.

“A UE que se entenda com a França, mas no Mercosul estamos prontos e dispostos a assinar”, disse Lula. Depois que UE e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, na época) fecharam o texto do acordo em 2019, dúvidas sobre os riscos de desmatamento da Amazônia em relação à exploração agrícola, principalmente, levaram os europeus a pedir mais garantias.

Com isso, começaram a negociar um anexo ao acordo que solucionasse eventuais preocupações, que o Mercosul tachou de protecionista na época e que ainda não conseguiram concluir. O bloco sul-americano – formado agora também pela Bolívia – mais uma vez se declarou a favor da conclusão do acordo em sua última cúpula semestral, realizada em julho em Assunção.

Enquanto isso, no início de setembro, quatro grandes associações de agricultores europeus protestaram contra a continuação das negociações técnicas. Elas alegaram que a Comissão Europeia está disposta a fechar os olhos para o impacto que o acordo terá em alguns dos setores agrícolas mais sensíveis da UE. As associações afirmaram que o pacto “não leva em conta” o impacto que a pandemia de covid-19, a guerra na Ucrânia e o Pacto Verde Europeu tiveram no setor agroalimentar da UE.

*Com informações da EFE
Publicado por Fernando Keller

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