Waack: Condição de gelo severo em avião tem limites de segurança

O âncora da CNN William Waack, que também é piloto amador, comentou o acidente envolvendo o avião da Voepass que caiu na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo, e matou 62 pessoas. Waack enfatizou que todas as aeronaves certificadas para voar em condições de gelo severo têm limites de segurança, e o acidente pode ter ocorrido devido à formação de gelo na asa do avião.

“Toda aeronave certificada para voar nas condições em que este avião estava voando, gelo severo, tem um limite de tolerância”, disse. Ele explicou que as aeronaves possuem equipamentos incorporados que ajudam a evitar e remover o gelo, como sistemas de aquecimento do para-brisa e mecanismos para quebrar o gelo acumulado nas asas (de-ice).

O perigo da formação de gelo nas asas

Waack ressaltou que o maior risco para uma aeronave nessa situação é a alteração do perfil da asa, especialmente no bordo de ataque. “O que é mais perigoso, que está na cabeça de todo piloto quando ele está nessa situação, é se o gelo começa a formar atrás dessas superfícies onde estão instalados os equipamentos de de-ice”, alertou Waack.

A acumulação de gelo pode progredir exponencialmente, reduzindo a velocidade do avião, aumentando seu peso e o arrasto. Isso pode levar a uma situação perigosa onde a aeronave se aproxima do ponto de perda de sustentação (stall), mesmo que o indicador de velocidade mostre um valor acima da velocidade de stall normal.

Procedimentos de segurança e desafios para os pilotos

Waack compartilhou sua experiência pessoal, afirmando que já enfrentou situações de formação de gelo várias vezes. Ele explicou que, nesses casos, a prioridade do piloto é sair da área de formação de gelo o mais rápido possível, geralmente descendo para altitudes mais baixas. “No treinamento que eu fiz como piloto amador, como piloto privado, a primeira coisa que o instrutor fala é: sai daí. Sai com o teu avião para baixo”, relatou.

O âncora também destacou os desafios adicionais enfrentados pelos pilotos em espaços aéreos congestionados, como o de São Paulo. Nessas situações, os profissionais precisam equilibrar as exigências do tráfego aéreo com as condições meteorológicas adversas, o que requer atenção redobrada e habilidade para gerenciar múltiplas tarefas simultaneamente.